Fluminense é pioneiro no país em uso de tecnologia acoplada em chuteira
Campeão Carioca e com boas participações na Copa do Brasil e no Brasileiro, o time Sub-17 do Fluminense contou, neste ano, com uma novidade tecnológica em seu dia a dia. Trata-se de um pequeno dispositivo acoplado nas chuteiras durante os treinamentos, que capta métricas técnicas, táticas e biomecânicas dos atletas, fornecendo estatísticas e informações para a comissão técnica. A tecnologia, desenvolvida em Israel, já está se difundindo na Inglaterra e em outros países. Metade das equipes da Premier League, por exemplo, a utilizam ou na base ou nos profissionais, com destaque para o Manchester City. A empresa que produz o aparelho tem como um de seus sócios o ex-técnico do Arsenal, Arsène Wenger. No Brasil, o Fluminense foi o primeiro clube grande a adotar o dispositivo - recentemente, o São Paulo começou a utilizar em seu Sub-14. A implementação no Sub-17 do clube carioca ocorreu em junho após testes no mês anterior. Ainda não há previsão de utilização na equipe profissional. - Quando surgiu a oportunidade de sermos pioneiros no uso desta tecnologia, não pensamos duas vezes, até porque o Fluminense tem tradição em ser pioneiro em suas ações ao longo de sua história, e começamos a pôr em prática esse dispositivo que tem trazido dados interessantes para o controle de nossa metodologia - contou o coordenador metodológico das categorias de base do Flu, Guilherme Torres.
A diferença para os GPS tradicionais
- Enquanto os tradicionais GPS, presos em cintas no peitoral dos jogadores por baixo dos uniformes, se restringem a mapear distância percorrida e área de atuação no campo, o dispositivo se diferencia por captar também a interação com a bola, colhendo uma gama maior de dados, como, por exemplo, passes certos e errados, posse de bola, intensidade de toques, chutes e pisadas, etc.
- Além das demandas físicas classicamente avaliadas no futebol com os GPS, o produto consegue fornecer outras medidas, técnicas, táticas e biomecânicas. Isso é quantificado em valências como, por exemplo, distância total percorrida, distância percorrida em zonas de mais alta velocidade, momentos bruscos de mudança de aceleração e desaceleração. Essas métricas são usadas para qualificar o treino - explicou Bruno Jotta, consultor científico da empresa, e doutor em engenharia biomédica, com experiências em clubes de futebol.
Técnico da equipe Sub-17 do Tricolor, Eduardo Torres deu um feedback positivo sobre estes seis meses de experiência. Em conjunto com o CIAM (Centro de Informação e Apoio Metodológico) do clube, comandado por Guilherme, e com os coordenadores técnicos Marcelo Veiga e André Medeiros, ele analisa os dados recolhidos para aprimorar os jogadores e as atividades nos treinos.
- Está sendo muito bom. Traz informações mais ricas, que a olho nu ficariam complicadas de medir. Veio para agregar e tem ajudado no desenvolvimento dos atletas. Tenho mais informações disponíveis de minha sessão de treinamento, o que facilita nas tomadas de decisão - contou Eduardo.
Acoplado em um acessório de borracha, o aparelho é facilmente preso na chuteira, como se pode ver no GIF abaixo. Segundo os jogadores, o objeto não aperta o pé, nem atrapalha na hora de passes e chutes. "Achei bastante confortável. Não atrapalhou", contou Kayky, um dos destaques do Sub-17. Os dados, além de analisados pela comissão técnica, são compartilhados com os atletas. "É bom que dá para saber o quanto você correu, se manteve a mesma intensidade os 90 minutos", completou Matheus Martins, outra revelação tricolor.
Além de colher dados técnicos e táticos, o aparelho pode ajudar também na prevenção de lesões. Por exemplo: o dispositivo pode detectar que o jogador usa mais impacto que o necessário para correr, ou está colocando força mais em uma perna que na outra para compensar algum problema ou desequilíbrio muscular.
- Os aspectos biomecânicos são inovadores dentro da área de ciência e esporte no futebol. Temos possibilidade de ver, por exemplo, tamanho da passada do atleta, quantidade de passos, diferentes zonas de velocidade e também o tempo de contato com o solo. São aspectos normalmente relacionados a probabilidades de gerar lesão e que são inovadores e nenhuma tecnologia hoje forneceria isso - contou Bruno Jotta. - Ele nos dá muitos dados físicos, importante para manipularmos as cargas de treinamento durante semana, mês, ano, e também dá dados técnicos, principalmente relacionados a passe e a quantidade de toques na bola com cada perna. Esse dado tem nos auxiliado muito a ter um controle das sessões de treinamento e passarmos aos jogadores o que ele precisa evoluir. Tira da esfera do “eu acho” e vem com um dado objetivo para os meninos enxergarem melhor esse contexto - completou Guilherme Torres.
👀 PUBLICADO POR GLOBO ESPORTE👈
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