BF: Seis histórias sobre futebol e política na ditadura
* Na data em que o golpe militar no Brasil completou 55 anos, o Brasil de fato.com.br selecionou alguns fatos que mostram as ligações do futebol com o regime - a seguir vai transcrito o ótimo artigo:
O fiasco do Brasil na Copa do Mundo de 2014 foi seguido pela queda da presidenta Dilma, com apoio de manifestantes vestindo a camiseta da seleção brasileira. O sucesso do futebol na Copa de 1970 foi seguido pela "lua de mel" do governo militar com o povo em geral, que não sabia das prisões e torturas por causa da forte censura do regime. As relações entre o futebol e a ditadura militar tanto no Brasil quanto na Argentina, Chile e Uruguai estão bem registradas no documentário “Memórias do Chumbo – O Futebol nos Tempos do Condor”, produzido pelo jornalista e historiador Lúcio de Castro. Filme está disponível no YouTube.
O fiasco do Brasil na Copa do Mundo de 2014 foi seguido pela queda da presidenta Dilma, com apoio de manifestantes vestindo a camiseta da seleção brasileira. O sucesso do futebol na Copa de 1970 foi seguido pela "lua de mel" do governo militar com o povo em geral, que não sabia das prisões e torturas por causa da forte censura do regime. As relações entre o futebol e a ditadura militar tanto no Brasil quanto na Argentina, Chile e Uruguai estão bem registradas no documentário “Memórias do Chumbo – O Futebol nos Tempos do Condor”, produzido pelo jornalista e historiador Lúcio de Castro. Filme está disponível no YouTube.
Cartolagem e ditadura
O marechal-presidente Arthur da Costa e Silva comunicou a João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD, hoje CBF), que planejava apostar no futebol. Era final de 1968 e o ditador queria festejar o Tri mundial no seu governo. Costa e Silva, porém, morreu. Veio a junta militar e, após, o general mais afeiçoado ao esporte: Garrastazu Médici. Em 1971, surgiu o Brasileirão. A parceria ajudou Havelange a chegar à presidência da Fifa em 1974.
Depois da conquista de 1970, o autoritarismo e a cartolagem esmeraram-se nos festejos dos 150 anos do Grito do Ipiranga. Em 1972, trouxeram 20 seleções para disputarem a Taça Independência. A finalíssima juntou duas ditaduras: o Brasil de Médici e o Portugal de Marcelo Caetano. Brasília também estimulou a CBD a inflar o campeonato nacional. De 20 clubes, saltou para 40 e cresceu até 1979 quando bateu seu recorde: 94 equipes. Seguia-se o preceito “Onde a Arena vai mal, mais um time no Nacional”.
Ditadura demite João Saldanha
A seleção que traria o Tri, com nomes como Pelé, Tostão e Jairzinho, era conhecida como as “Feras do Saldanha”. O técnico João Saldanha obtivera 100% de aproveitamento nas eliminatórias. Mas foi demitido a seis dias do embarque da seleção para o México.Atribuiu-se a demissão à não convocação de Dario, o Dadá Maravilha. O centroavante seria do gosto de Médici.
Mas os atritos iam muito além. Saldanha era filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), na clandestinidade. “Sua escolha, um pouco foi para acalmar as críticas à seleção após o fiasco de 1966. A aceitação foi um pouco de pragmatismo do Partidão, tipo ‘melhor a gente no cargo que alguém pior’”, explica o jornalista esportivo Juca Kfouri.
Após o assassinato de Carlos Marighella em 1969, Saldanha teria distribuído um dossiê a autoridades internacionais citando milhares de presos políticos e centenas de mortos e torturados pela ditadura. Com a seleção já classificada, foi substituído por Zagallo, que voltaria ao Brasil trazendo a taça Jules Rimet.
*Pesquisa: Magno Moreira

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