Craques para sempre: Leônidas da Silva ''o diamante negro''
Leônidas da Silva, também conhecido apenas como Leônidas, (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1913 — Cotia, 24 de janeiro de 2004) foi um futebolista e técnico brasileiro. Conhecido também como "Homem-Borracha" ou "Diamante Negro", é considerado um dos mais importantes atacantes do futebol brasileiro na primeira metade do século XX.
Ficou notabilizado por popularizar o lance identificado como "bicicleta" no futebol, embora não tenha sido o seu inventor: foi por muito tempo creditado erroneamente por historiadores e jornalistas esportivos brasileiros, mas ele próprio admitiu antes de morrer que já se fazia o movimento, cuja primeira execução deu-se em 1914 pelo jogador espanhol naturalizado chileno Ramón Unzaga, e que ainda hoje é conhecido em países de língua espanhola como "chilena".
Começou a jogar ainda muito novo pelo São Cristóvão, clube do seu bairro. Na década de 1930, profissionalizou-se pelo Bonsucesso e teve passagens de destaque pelo Vasco da Gama, Botafogo e Flamengo, nos 3 times conquistou títulos cariocas. Defendeu ainda o São Paulo, onde seria campeão paulista em cinco ocasiões. Pela Seleção Brasileira de Futebol, atuou nas Copas de 1934 e 1938, tendo marcado nove gols na história do torneio. É um dos maiores artilheiros da história da seleção "canarinho", com 37 gols em 37 partidas disputadas.
Marcou 142 gols pelo Flamengo e 144 pelo São Paulo, além de 23 tentos em 36 jogos pelo Botafogo e gols por outros clubes e pelas seleções carioca, paulista e brasileira, totalizando 429 gols como profissional, desde 1929.
Após deixar os gramados, em 1950, continuou no mundo do futebol, em princípio como técnico, depois, como comentarista esportivo.
Nascido em São Cristóvão, era filho de Manoel Nunes da Silva e Maria da Silva. Era um menino simples de São Cristóvão, bairro da zona residencial e comercial do Rio de Janeiro, onde sua mãe vivia na casa dos pais adotivos, torcedor do Fluminense, encantado que ficara com o time tricampeão carioca de 1917-18-19.
Embora tenha concluído os estudos primários e o colegial em escolas daquele bairro, Leônidas queria dedicar-se ao futebol. Ainda bem jovem, começou a praticar o esporte, então amador no Brasil, nas peladas na Ponte dos Marinheiros.
Já aos 13 anos, destacava-se com juvenil do São Cristóvão. Nos idos de 1926, ele também passou a defender outros clubes do bairro, como o Havanesa, depois o Barroso e o Sul-Americano, a fim de ganhar algum dinheiro.
Em 1930, Leônidas transferiu-se para o Bonsucesso, onde ele deu início a sua semiprofissionalização ao assinar seu primeiro contrato, pelo qual receberia quatrocentos mil réis por mês.
No Bonsucesso, Leônidas também jogou basquete, tendo conquistado campeonato desta modalidade esportiva.
Um ano depois, já era destaque no futebol carioca, tendo sido convocado para atuar na Seleção Carioca em amistoso contra o Ferencváros TC, então campeão húngaro, e marcou um tento na partida.
Ainda em 1931, conquistou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.
Aproveitando uma contusão do famoso atacante Nilo, Leônidas ganhou uma oportunidade na Seleção Brasileira em 4 de dezembro de 1932, que enfrentaria o Uruguai no Estádio Centenário, pela Copa Rio Branco.
O Brasil venceu com dois gols do jovem Leônidas da Silva. Em 1934, foi um dos convocados para a Copa do Mundo da Itália, tendo marcado o único gol da única partida da Seleção Brasileira na competição.
Ainda em 1934, transferiu-se para o Peñarol, onde não pôde brilhar por causa de uma contusão no joelho. Retornou ao Rio de Janeiro para jogar pelo Vasco da Gama, o qual jogou uma temporada e ajudou o clube a ganhar o Campeonato Carioca de 1934.
No ano seguinte, mudou novamente de clube, indo atuar no Botafogo, onde conquistou o Carioca daquela temporada. Em 1936, transferiu-se para o Flamengo, onde atuou até 1942, sagrando-se campeão carioca em 1939 Essa transferência seria lembrada pelo dirigente botafoguense Carlito Rocha, mais de trinta anos depois: "O Leônidas deu uma entrevista no Rio Grande do Sul, afirmando que era Flamengo de coração. Quando voltou, confirmou-me as declarações. Mandei-o embora imediatamente e fixei o preço do passe em cinco contos [de réis], que era o quanto ele devia à tesouraria do clube. No dia seguinte, o Flávio Costa foi lá no clube e levou o Leônidas para o Flamengo. Eu não podia admitir no Botafogo um atleta que dizia, publicamente, que por baixo da camisa alvinegra, pulsava um coração rubro-negro.
Não podia. Ainda no final da década de 1930, Leônidas foi o maior destaque da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1938, tendo sido o artilheiro da competição, com oito gols. O Brasil conseguiu a sua melhor participação em Mundiais até então, ficando com a terceira colocação. Posteriormente, o Diamante Negro foi escolhido o melhor jogador daquela Copa.
O clima no Flamengo foi se deteriorando, entretanto. No início de 1941, recusou-se a participar de uma excursão à Argentina por estar lesionado, somado às constantes participações em propagandas, o que levou a problemas com os dirigentes. No meio disso, foi preso pelo Exército por utilizar um atestado de reservista falso para conseguir um emprego público, encerrando sua passagem pelo Flamengo.
Em 1942, Leônidas transferiu-se para o São Paulo. Sua estreia bateu o recorde de público do estádio do Pacaembu, com mais de setenta mil torcedores presentes. Foi um dos maiores ídolos da história do clube, tendo sido Campeão Paulista em 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949.
No ano seguinte, o Homem-Borracha aposentou-se do futebol, aos 37 anos.
Após a carreira de futebolista
Depois de abandonar os gramados, em 1951, ainda continuou ligado ao esporte. Foi dirigente do São Paulo, logo depois virou comentarista esportivo, sendo considerado por muitos um comentarista direto, duro e polêmico.
Chegou a ganhar sete Troféus Roquette Pinto.
Teve uma participação especial no filme brasileiro Susana e o Presidente, de 1951.
Sua carreira de radialista teve que ser interrompida em 1974 devido ao Mal de Alzheimer.
Durante trinta anos ele viveu em uma casa para tratamento de idosos em São Paulo até falecer, em 24 de janeiro de 2004, por causa de complicações relacionadas à doença.
Foi enterrado no Cemitério da Paz, em São Paulo.
A "bicicleta"
Leônidas recebeu de historiadores e jornalistas esportivos brasileiros o crédito por ter inventado a "bicicleta".
Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada, porém, antes de morrer, admitiu que já se fazia o movimento, cuja primeira execução deu-se em 1914 pelo jogador espanhol naturalizado chileno Ramón Unzaga, e que ainda hoje é conhecido em países de língua espanhola como "chilena".
A primeira vez que Leônidas executou essa jogada foi em 24 de abril de 1932, em uma partida entre Bonsucesso e Carioca, com vitória do Bonsucesso por 5 a 2. Já pelo Flamengo, realizou a jogada somente uma vez, em 1939 contra o Independiente, da Argentina, que ficou muito famosa na época.
Pelo São Paulo ele realizou a jogada em duas oportunidades, a primeira em 14 de junho de 1942, contra o Palestra Itália, na derrota por 2 a 1.
E a mais famosa de todas, em 13 de novembro de 1948, contra o Juventus-SP, na goleada por 8 a 0.
No filme de 1951, Suzana e o Presidente, Leônidas encena algumas jogadas, inclusive a bicicleta.
Centenário
Na semana em que se completaria 100 anos de seu nascimento, Leônidas foi homenageado por duas equipes pelas quais jogou.
Pela Série A o Flamengo, diante do Vitória, utilizou uma camisa com a hashtag #Leônidas100 às costas.
Pela mesma competição o São Paulo, contra o Criciúma, concedeu a viúva de Leônidas uma camisa especial e bandeja de prata sobre a data.
Foi também lembrado durante o dia 6 de setembro com um Google Doodle, do site de buscas Google.
Leônidas da Silva, atacante que imortalizou a bicicleta no futebol, jogou as Copas do Mundo de 1934 e 1938. Em 34, na Itália, a Seleção Brasileira caiu ainda na primeira partida, contra a Espanha.
Porém, em 38, na França, o Brasil foi longe e levou o terceiro lugar liderado pelo "Diamante Negro". Leônidas foi o artilheiro da Copa de 1938, com sete gols, e tornou-se o primeiro jogador brasileiro com destaque em um Mundial e goleador máximo de uma Copa.
POR MAGNO MOREIRA, A PESQUISA É DO GOOGLE
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