Craques para sempre: Julinho Botelho, o Julinho do Palmeiras
*Ponta direita de classe, jogou a Copa de 1954 pelo Brasil, jogava na mesma posição de Garrincha - Garrincha era dez, Julinho era nove e meio
Julinho iniciou sua carreira no Juventus-SP, mas sua primeira grande passagem foi pela Portuguesa, onde brilhou e garantiu a vaga no time titular da Copa de 1954. Com belas exibições em terras europeias, seu futebol chamou a atenção dos dirigentes da Fiorentina-ITA, que logo adquiriram seu passe.
O ponta-direita é referenciado até hoje por lá, já que venceu o primeiro scudetto da história do clube toscano (1955/56) e é considerado por muitos italianos como o maior atleta que já passou pela Viola.
Foi repatriado pelo Verdão após a Copa de 1958 (que ele optou por não disputar para dar vaga aos atletas que jogavam no Brasil) e foi um dos grandes destaques na conquista do Paulistão de 1959. Considerado o maior ponta-direita da história palestrina, é celebrado por desfilar dribles, passes e gols nas conquistas também do Estadual de 1963, do Brasileiro de 1960 e do Torneio Rio-São Paulo de 1965.
O Brasil tinha sido campeão mundial no ano anterior, e o mundo do futebol fora apresentado a dois gênios: Garrincha e Pelé.
Em 1959, a Seleção Brasileira passou a ser uma grande atração e realizou um amistoso contra a Inglaterra no dia 13 de maio, no Maracanã.
Garrincha, claro, era um dos destaques da Seleção. Por isso, quando o serviço de som do Maracanã, momentos antes do jogo, como era o protocolo, anunciou a escalação do time, houve uma grande frustração em forma de silêncio quando o locutor chegou ao número 7:
- Número 7: Julinho!
Passados os segundos de surpresa, a decepção deu voz em forma de vaia a mais de 117 mil torcedores, em uma das maiores demonstrações de hostilidade já vistas no Maracanã. A vaia que vinha de todos os cantos do estádio durou alguns minutos.
O Brasil entrou em campo ainda debaixo de vaia
- logicamente, endereçada a Julinho. Na primeira bola que pegou, foi novamente hostilizado.
Mas Julinho era um ponta espetacular. Destacou-se na Portuguesa de Desportos, foi titular na Copa do Mundo de 1954, brilhou no Palmeiras e só não fez parte do grupo campeão do mundo em 1958, na Suécia, porque ele pediu para não ser convocado - como jogava à época na Fiorentina, da Itália, não achava justo tirar o lugar de um jogador que atuava no futebol brasileiro.
Craque e bom caráter, portanto, Julinho não se perturbou com a vaia e respondeu à altura. Logo aos sete minutos, no seu segundo lance, marcou um belo gol e abriu o placar para o Brasil.
O torcedor reconheceu o seu imenso erro e reagiu como deveria: passou a gritar o nome de Julinho, em uníssono.
O ponta continuou jogando bem e sendo um dos melhores do time. Aos 32 minutos, em bela jogada, foi à linha de fundo e cruzou para Henrique, à época centroavante do Flamengo, fazer o segundo gol, o que deu a vitória do Brasil sobre os ingleses por 2 a 0.
Conteúdo: Home do Palmeiras e CBF
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