G1: Com CPI da pandemia, preço do Senado vai subir nas negociações com Planalto
Por Valdo Cruz, Comentarista de política e economia da GloboNews. Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos - 09/04/2021 16h04
De acordo com artigo do site G1, datado de abril de 2021, a instalação da CPI da pandemia vai subir o preço do Senado nas negociações com o Palácio do Planalto. A avaliação é de aliados do presidente Jair Bolsonaro, lembrando que o governo já vem enfrentando uma queda de braço com deputados e senadores sobre a sanção do Orçamento.
De acordo com artigo do site G1, datado de abril de 2021, a instalação da CPI da pandemia vai subir o preço do Senado nas negociações com o Palácio do Planalto. A avaliação é de aliados do presidente Jair Bolsonaro, lembrando que o governo já vem enfrentando uma queda de braço com deputados e senadores sobre a sanção do Orçamento.
"O presidente já estava enfrentando uma batalha sobre a sanção do Orçamento, principalmente com a Câmara dos Deputados. Agora, se a CPI da Covid for mesmo instalada e começar a funcionar, o presidente terá de ter um carinho especial com os senadores", disse reservadamente um interlocutor de Bolsonaro.
O carinho especial citado pelo interlocutor do presidente pode ser traduzido em atender aos pedidos de nomeações e liberação de verbas solicitados pelos senadores aliados.
Algo que tem sido lembrado no Senado é que Bolsonaro tem deputados comandando ministérios, mas nenhum senador.
Inicialmente, o Palácio do Planalto nutria alguma esperança de tentar reverter, no plenário virtual, a decisão do ministro Luís Roberto Barroso de acatar pedido de senadores do Cidadania e mandar instalar a CPI da pandemia.
Só que as críticas ácidas de Bolsonaro contra o ministro do STF irritaram o tribunal.
Presidente da Suprema Corte, Luiz Fux soltou nota rebatendo as críticas de Bolsonaro. Antes de soltá-la, ouviu seus colegas para ter o aval de boa parte do tribunal. Entre os ministros, a avaliação é que o presidente da República passou dos limites e uniu mais o STF no caso.
Ou seja, as chances de vitória de Bolsonaro no Supremo são quase nulas.
Instalada a CPI, a estratégia inicial será orientar os partidos aliados a postergarem as escolhas de seus integrantes na comissão para ganhar tempo e esfriar a temperatura. Mas em algum momento eles terão de fazer isso, ou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, terá de fazê-lo.
Aí, o governo irá buscar ter maioria na CPI e escolher pelo menos o relator, que conduz os trabalhos de investigação da comissão. Neste momento, tanto na escolha do relator como na dos membros, o Palácio do Planalto terá de negociar com seus aliados, o que deixará o governo mais refém dos senadores.
POR G1
PESQUISA: MAGNO MOREIRA
Comentários
Postar um comentário